segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Oi, oi
avisam-se os meus subscritores do reader (sim, vocês os três) que andei a brincar com com cores e quê, a quem interessar é clicar no forward para vir dar à casa mãe que está toda bomboca.
Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te perco (...)
Cesariny
o resto não interessa, mas as geografia emocional é uma coisa lixada.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
explicando-me melhor
o livro em questão chama-se contas à vida - histórias do tempo que passa e chamou-me a atenção por alguns dos nomes que Viriato Teles escolheu - aparentemente segundo um critério pessoal - para entrevistar. a questão não será tanto o número de mulheres presentes, ou as perguntas sobre direitos e mudanças no feminino. o que me incomodou - uma espécie de comichão que vai alastrando lentamente - foi o facto de não se perguntar a nenhum dos homens o que mudou em ser homem nos últimos 35 anos, ou alguma das perguntas tão clássicas como idiotas sobre o que é "politica no feminino" mesmo na sua versão masculina. o que me irrita é a permanente assumpção do masculino como o neutro e dai a motivação de perguntar apenas às mulheres sobre o "exótico que é ser o feminino".
ora tendo em conta que está subjacente a um determinado pensamento que homens e mulheres existem como se fossem as duas metades de um gráfico circular, no território em que um deles avança o outro recua, dai que o corolário de perguntar a mulheres o que mudou nos últimos 35 anos, seria perguntar a homens o que mudou na condição masculina nos últimos 35 anos. e isto ninguém faz. talvez porque não tenha mudado assim tanto e ai há razão para alarme, talvez porque ainda não estamos preparados como sociedade para observar o que mudou, talvez porque esta coisa dos territórios masculinos e femininos seja simplesmente uma treta. mas há coisas que mudam e ainda bem. às vezes são coisas pequenas. um professor que tive - e que de resto era no geral muito pouco interessante - dizia que tinha muito a agradecer ao feminismo - que ele próprio "professava" - porque lhe tinha permitido ser pai, ou seja, partilhar verdadeiramente o papel da paternidade.
não era este sem dúvida o objectivo deste livro e não se há de lhe pedir isto, mas o que me incomodou foi apesar de se passar por essas questões - lá está nas entrevistas no feminino o livro não deixar de reproduzir este sistema de pensamento: tudo o que diz respeito a género, família, conquistas sociais nesse campo são assuntos de senhoras. política, economia e até musica são coisas de cavalheiros.
ontem li um livro de entrevistas sobre a memória do 25 de abril. em cerca de duas dezenas de entrevistados apenas quatro eram mulheres (alice vieira, maria teresa horta, isabel do carmo e odete santos) e apenas a estas couberam perguntas sobre a condição da mulher. assim está hoje a condição da mulher.
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