quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

da suprema idiotice

ter un artigo aceite e não publicado por culpa do não envio do email com a respectiva confirmação da versão final. I-DI-O-TA, IDIOTA, IDIOTA. mil vezes I-DI-O-TA

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

da preguiça

"I've never met anyone who even comes close to me in laziness," Ms. Lebowitz says. "I would have made a perfect heiress. I enjoy lounging. And reading. The other problem I have is fear of writing. The act of writing puts you in confrontation with yourself, which is why I think writers assiduously avoid writing. The number of alcoholic writers makes a lot of sense because if you're going to be face to face with yourself, maybe it's better that you don't recognize that person." 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

sabes que a tese te está a roubar a sanidade quando passas a noite a sonhar que estás a classificar artigos (a consumição dos últimos dias) e os dias a entoar o hino da alegria (what? Sim!). se isto não é o primeiro círculo do inferno, não sei o que é..

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

há cerca de cinco anos, numa das primeiras noites em que estava, nao apenas a viver sozinha, como num país novo, numa vila adormecida e com um companheiro de casa intragável, escrevi um mail ao vasco barreto a protestar por me ter deixado orfa do memoria inventada, que me andava a servir de objecto transicional. cúmplice na diáspora, respondeu-me de imediato a confessar-me que numas entradas mais escondidas iam aparecer textos novos. assim foi, mas o mi morreu mesmo e eu perdi-lhe o rasto. hoje dei de caras com este texto seu e lembrei-me porque gostava tanto de o ler.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Take me out tonight Because I want to see people and I Want to see life



Não sou a maior fã de the smiths ou, deus-me-livre-e-guarde, do Morrissey, mas há angústias - sobretudo as mais adolescentes - que eles cantam como ninguém. 

(um dos melhores argumentos de não se ser fã de the smiths sao os próprios fãs de the smiths - é só lembrar o pedro mexia - e isto vale para tantas outras bandas, meu deus.)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Holy Land

Suppose a that a man leaps out of a burning building (...) and lands on a bystander in the street below. Now, make the burning building be Europe, and the luckless man underneath be the Palestinian Arabs. Is this a historical injustice? Has the man below been a victim, with infinite cause of compliance and indefinite justification for violent retaliation? My own reply would be a provisional "no", but only on these conditions. The man leaping from the burning building must still make such restitution as he can to the man who broke his fall, and must not pretend that he never landed on him. And he must base his case on the singularity and uniqueness of the original leap. It can't, in other words, be "leap, leap, leap" for four generations and more. The people underneath cannot be expected to tolerate leaping on this scale and of this duration, if you catch my drift. In Palestine, tread softly, for you tread on their dreams. And do not tell Palestinians that they were never fallen upon and bruised in the first place. Do not shame yourself with the cheap lie that they were told by their leaders to run away. Also, stop saying that nobody knew how to cultivate oranges in Jaffa until the Jews showed them how. "Making the desert bloom" (...) 
In the mid-1970's, Jewish settlers from New York were already establishing second homes for themselves on occupied territory. From what burning house were they leaping?(...) They Said they took the land because god had given it to them from time immemorial. In the noisome town of Hebron, where all of life is focused on a supposedly sacred boneyard in a dank local cave, one of the world's less pretty sights is that of supposed yeshivah students toting submachine guns and humbling the Arab inhabitants. When I asked one of these charmers where he got his legal authority to be a squatter, he flung his hand, index finger outstretched, toward the sky. 
Actually - and this was where I began to feel seriously uncomfortable - some such divine claim underlay not just "the occupation" but the whole idea of a separate state foe Jews in Palestine. Take away the divine warrant for the Holy Land and where were you, and what were you? Just another landthief like the Turks or the British, except that in this case you wanted the land without the people. And the original Zionist slogan - "a land without people for a people without land" - disclosed its own negation when I saw the densely populated Arabs towns dwelling sullenly under Jewish tutelage. You want irony? How about Jews becoming colonizers at just the moment when other Europeans had given up on the idea?

in Christopher Hitchens (2010) Hitch 22, p. 381-382

terça-feira, 20 de novembro de 2012

coisas que não passam pela garganta # 4

Este artigo do Rui Ramos. Mais do que fascista ou reaccionário, como já vi escrito, parece-me caso patológico, de uma total falta de contacto com a realidade, provavelmente causada pela falta de medicamentação anti-psicótica. Só assim se explicam ideias como "Fingir que qualquer milícia [sim, milícia] revolucionária com um perfil no facebook é um "movimento social" ou "A esquerda revolucionária espera, desde a noite do 25 de Novembro, uma última oportunidade." O mais inacreditável é que esta chorrada de disparates possa ser dita em praça pública por uma suma autoridade académica - neutral, claro está- quando aqui desvenda claramente o seu programa, e tomada como coisa séria. Parta-se o país em dois e mandemo-nos à vida, porque nitidamente não há convivência possível. De facto, mais do que irritar-me, dá-me vontade de rir, mas depois lembro-me do peso que estas coisas, porque não têm outro nome, têm na opinião pública e a vontade foge-me um bocado mais para o whisky. 

via aventar

terça-feira, 13 de novembro de 2012

dos anos 70


sei que é o termo correcto, mas nao consigo atinar com a palavra subnormal. alguém literalmente abaixo do patamar da normalidade, será isso uma identidade?

terça-feira, 30 de outubro de 2012



Cerca de um ano e meio de muitas e boas viagens (e muito, muito trabalho) e agora fecha o tasco, para ainda mais trabalho, espero. a partir de agora são as quatro paredes da biblioteca a acompanhar-me, talvez um arquivo poeirento e as dúvidas, sempre as dúvidas ( e as angústias). Raios-parta! a tese, companheira de todas as horas, mas ficam os dois quilos e meio de robalo selvagem a lembrar-me Istambul e todos os outros sítios por onde passarinhei. Quando crescer quero escrever livros de viagens, mas por agora começa a crescer a vontade de escrever uma história da viagem.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Se a Lucy - astróloga - o diz, quem somos nós para discordar?



há dias de trabalho que se tornam menos aborrecidos com pouco, com muito pouco. 

Detox #2

depois de 60 horas sem cafeína no sistema, cessaram as dores de cabeça fulminantes (espero), as tonturas e o mal-estar geral. Note to self: dado o óbvio estado de adicção deste corpo, ponderar seriamente o voltar ao consumo da dita substância. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Detox #1

uma semana a limpar o fígado. jesus. uma semana de veganismo e sem café (duplo jesus!), chá, pao, etc, etc. avizinha-se muuiiito longa. triplo jesus. ontem despedi-me ao jantar com uma bela omelete. espero que o ingrato me agradeca o incómodo. estúpido do fígado.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

coisas que não passam pela garganta #3

aparentemente coisas tão simples como levar um tupperware para almoçar no trabalho/escola ou fazer da bicicleta um transporte diário só passam a hábitos quotidianos se passarem por um travestismo cool. é passar os olhos por blogues, redes sociais e publicações e pumba! lá estão escarrapachados os "novos modos de vida urbana" e há todo um proselitismo a incutir aos infiéis. yah, é fixe levar tupperware com comida, melhor e mais barata do que a que a universidade oferece, mas tenho mesmo de fazer um blogue sobre isso? pior, terá o público de fazer uma reportagem sobre estas novas (?) tendências? suponho que divulgá-las ajuda a expandi-las, mas o que me faz verdadeiramente impressão é o complexo que (ainda) existe  em portugal com estes hábitos que relembram tempos piores, em que a marmita não era uma opção e em que a bicicleta era um tesouro, dada a falta de transportes públicos e privados. o que me irrita é este país intrinsecamente novo rico que necessita que seja cool para que se torne possível resgatar hábitos sustentáveis, saudáveis e lógicos. pois,  caso contrário, quelle honte! levar marmita, eu? ainda pensam que não tenho dinheiro para almoçar fora..

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

da inaptidao tecnológica

porra, porque é que o (meu) word tem esta tendência para ter vontade própria? passo mais tempo a corrigir-lhe os desvarios, do que a dizer  escrever de minha justiça..

vida madrasta a minha

à noite é sempre sexta-feira e todas as manhãs deviam ser segunda.

domingo, 9 de setembro de 2012

da falta de gosto ao calçar

uma pessoa faz tempo num aeroporto e dá uma vista de olhos pelas lojas e o que é que encontra? pior que umas sandálias- bota (feias que metem dó), sobre as quais já aqui destilei o meu veneno, só ténis-bota-de-salto-alto (What??). que falta de propósito, porra!


Otelo demora, todos os dias, cerca de duas horas na casa de banho, a tratar da higiene pessoal. (...)Primeiro mergulha no duche, demorado e meticuloso. Depois limpa-se com igual minúcia, e dá início ao tratamento capilar integral. com um curto ancinho de plástico [sim, diz mesmo isto!], uma pequena carda adequada, remove as pilosidades corporais que vão caindo. a seguir escova os abundantes pêlos do peito, costas, pernas, etc. Usa uma vassourinha [exacto!] própria, arredondada, semelhante a uma escova de cabelo de mulher, mas sem cabo. Após esta operação, certas zonas [não quero pensar quais..] da pele podem estar a precisar de uma limpeza adicional. Otelo procede então à lavagem localizada [é mesmo necessário saber isto?], servindo-se de várias águas. 

MOURA, Paulo (2012) Otelo o Revolucionário, Lisboa: Dom Quixote, pp.11 

constatação (in)feliz?


roubado à limão

sábado, 8 de setembro de 2012

Quando Londres telefona eu atendo sempre.


A maioria das pessoas que conheço, emigrantes ou não, não gosta de londres. Talvez porque seja a cidade que de tão cool deixou de ser cool dizer é onde se quer viver, provavelmente porque já todos quisemos, numa adolescência mais ou menos distante, cá viver. Eu quis. Quando tinha 11 anos e vim pela primeira vez a Londres, disse à minha mãe que era onde queria morar quando fosse grande. Depois fui-lhe dizendo o mesmo de Amesterdão, Nova Iorque, talvez até de Barcelona, não me recordo. O que interessa é que a leviandade com que ia demonstrando o meu desejo por outras cidades à medida que as ia conhecendo de alguma forma retirava o enfase do amor primeiro e a coisa foi-se esquecendo. Aos 14 estive quase a abandonar a escola portuguesa por um ensino secundário numa escola interna inglesa. A minha directora de turma da altura, uma quase segunda mãe, dissuadiu-me do projecto, pondo a nu que razões que me motivavam não eram as certas. Depois veio a universidade, e o Erasmus, e londres e o king’s college voltaram a estar em cima da mesa. A febre do pós 9/11 e uma disposição especial do meu carácter – que aos 21 anos se obsecou com a ideia de haver um atentado ao estar eu separada dos meus loved ones e se fincou com todas as forças ao solo pátrio. Não era medo de morrer mas a ideia de que se caísse uma bomba onde quer que fosse eu quereria afundar-me com as pessoas que amava. Uma profunda parvoíce de pós-adolescência neurótica que (talvez) apenas o meu psicólogo possa (superficialmente) entender. A verdade é que eu sair com um urbano-depressivo* – assim perfeitamente taxado por um perspicaz amigo, hoje rock star destacado no retângulo, na altura apenas alguém com quem me baldava às aulas da tarde para ir ao cinema e discutia categorias descritivas do mundo que nos rodeava - também não deve ter ajudado. Assim sendo e para compensar, pumba, desisti da universidade pelo segundo ano consecutivo. Ora toma! (Depois voltei a ser uma menina bonita, fiz praticamente os quatro anos do curso em dois e compensei os desvarios.) Curiosamente, quando finalmente me decidi a dar o baza de Lisboa, Londres não apareceu no horizonte. Nem quando quis continuar a estudar fora e podia ter-me decidido por uma universidade inglesa – o que teria sido uma decisão muito mais acertada do que a que tomei. Mas as decisões, toma-as a vida e não eu, uma coisa que me irrita profundamente no meu carácter, e lá fui eu para Barcelona. De qualquer forma quando venho a Londres pergunto-me sempre porque é que não venho viver para aqui, já que saio sempre daqui uma pessoa nova. Só aqui numa sexta-feira à tarde de 24 graus estou na relva de Hampstead Heath a ler um livro e tenho ao meu lado miúdo com não mais de 3 anos a cantar incessantemente o beat it do MJ.Ora toma!
*O visado odiou a categoria que lhe espetamos e falou muito sobre isso com o seu psi, como ele lhe chamava, também me ficou com vários livros, mas por bem da minha saúde decidi não reclama-los. (Estou a ser má, mas o visado merece.)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

da auto-imagem distorcida

Ter-me achado sempre o poster-child da responsabilidade e nas últimas três semanas ter:
1-  ido apanhar um voo, sem saber se ia estar sempre dentro do espaço schengen, sem passaporte;
2-  perdido um voo por não ter comigo o BI nem nada que se parecesse;
3-  deixado a mala com TUDO no café do aeroporto - excepto o passaporte que estava na mão - e aperceber-me disso só ao entrar no avião.

Como é que se assume aos quase 30 anos que se é cabeça-no-ar?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ainda de luto

google reader sem partilha é como estar na biblioteca a trabalhar dias a fio sem ninguém para os cinco minutos do café. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desabafo de escola de verão #8

e encontrar a epistemologia nas escadas? mesmo ao lado do lugar que se ocupa no processo comunicativo? o que é, o que é? uma crise existencial em vias de resolução e um certo cinismo em vias de extinção. e talvez um cérebro a precisar de diversão...

da cartografia imaginada



Desabafo de escola de verão #7

só faltava a gripe/constipação/seja-lá-o-que-isto-for-que-já-passou-por-toda-a-gente apanhar-me na véspera da discussão do meu projecto. vaya karma. já deixei de sentir metade da cara dada a congestão, já se adivinha a garganta numa miséria e a vontade de comer desapareceu por completo. prevê-se a completa sujeição ao vírus por volta das 06:00 horas.

Desabafo de escola de verão #6

boa, a meio da tese perdi-me no paradigma, a ontologia não me diz nada e deixei basicamente de saber o que estou a fazer.

sábado, 18 de agosto de 2012

Desabafo de escola de verão #5

cumprindo estereótipos uma vez mais: quantos gadgets pode uma chinesa ter e usar ao mesmo tempo? 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Desabafo de escola de verão #4

e o tipo que ninguém nunca viu ou ouviu mas que publica coisas a cada três minutos no grupo do facebook? 

da academia espanhola

Desabafo de escola de verão #3

karma: quando se é toca collons, recebe-se merda em duplicado e um "good luck" como ponto final.

Desabafo de escola de verão #2

cumprindo estereótipos: a quinze de agosto, a polaca vai à procura de uma missa.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Desabafo de escola de verão #1

nada mais irritante do que um Phd de primeiro ano que vê tudo o que lhe põem à frente segundo as regras canónicas de escrita de projectos.  

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

do jornalismo a troco de três tostões

já há algum tempo que não embirro com o ionline (talvez porque tenho reduzido em muito o meu consumo de jornais para evitar as dores de barriga) mas basta abrir a bela página e é cada cavadela cada minhoca:


quê?

Me as Jean-Jacques,

My passions, when roused, are intense, and, so long as I am activated by them, nothing equals my impetuosity. I no longer know moderation, respect, fear, propriety; I am cynical, brazen, violent, fearless; no sense of shame deters me, no danger alarms me. Except for the object of my passion, the whole world is nothing to me; but this only lasts for a moment, and the next I am plunged into utter dejection. But in periods when I am calm, you will find me all lassitude and timidity: everything startles, everything perturbs me, the movement made, my indolence takes fright; I am so overcome by fear and shame that I would liketo vanish from mortal sight. If I am obliged to act, I do not know what to do; if I am obliged to speak, I do not know what to say; if someone looks at me, I am disconcerted. When moved by passion, I can sometimes find the words for what I want to say; but in ordinary conversation I can find nothing, nothing at all, indeed the very fact that I am obliged to speak makes the whole thing intolerable to me.

Jean-Jacques Rousseau,Confessions

There's no escape, I'm a natural born dork.

um dia disseram-me que eu ia ser uma daquelas pessoas que apenas tinha o trabalho. o meu maior medo. tenho lutado contra isso desde essa época. procuro que seja profundamente irreal essa fatalidade e não apenas superficialmente mentira. mas lidar com pessoas não me é natural, sou mais eu no meio de ideias. já profecias auto-cumpridas sim, isso é mais a minha cara. 

Três palavras: Zurique é brutal

próximo sítio onde não me importava de viver, sem dúvida.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

do verão em barcelona




a melhor coisa de viver em Barcelona é perceber que, apesar do Julho farsolas,  há mais de dois meses que não boto nem calças em sapatos fechados. já a pior é andar de autocarro e encontrar este belo panfleto,  tal e qual os dez mandamentos na sua hora, que me quer ensinar a ser pessoa civilizada.

coisas que não passam na garganta # 2



Se há coisa que me irrita são "mulheres modernas" (um bom título de revista do grupo Impala) que se constroem à conta de episódios, experiências e trends sacados do Sexo e a Cidade. O maior imbróglio do "feminismo" das últimas décadas, uma ode ao consumo de sapatos, tendências e caras-metade que completem a vazia existência de cada um dos personagens. Se já não engolia há 10 anos, hoje ao encontrar por aí narrativas decalcadas daquele tele-lixo, ainda por cima com a assunção de que se tratam de narrativas  super hip e groundbreaking, dá-me simplesmente vontade de vomitar. 


porque no youtube se aprende mais do que em algumas universidades #3


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

quarta-feira, 25 de julho de 2012

terça-feira, 24 de julho de 2012

da frustraçao

depois de três semanas a tentar abandonar uma companhia telefónica e sem ter conseguido, de momento, levar a água ao meu moinho, começo a perceber porque é que em países com fácil acesso a armas, algumas pessoas se passam da marmita e desatam aos tiros: as pessoas nao ouvem. e quando te ouvem, nao te escutam. e quando te escutam, sao incompetentes. e se nao sao incompetentes, nao conseguem pensar além do que o sistema informatico lhes permite. e a frustraçao é um sentimento complicado de digerir.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

da banda sonora actual

o B Fachada é,  além de um tipo que é fácil odiar (e já de há muitos carnavais), o tipo que toda a gente adora odiar. mas o disco novo está bom, bom ,bom. a começar por esta. é puro verao.

a propósito das mortes da semana passada e das respectivas reacçoes ao serviço do revisionismo histórico

"(...)cabe ao materialismo dialético reter firmemente a imagem do passado tal como ela se impoe, sem que ele o saiba, ao sujeito histórico no momento do perigo. o perigo ameaça tanto a existência de tradiçao como aqueles que a recebem. para ela como para eles, o perigo está em entregá-los como instrumentos à classe dominante. em cada época é preciso tentar arrancar mais uma vez a tradiçao ao conformismo que quer apoderar-se dela. o Messias nao vem apenas como um redentor; ele vem como um vencedor do anticristo. o dom de atiçar através do passado a chama da esperança pertence apenas ao historiógrafo perfeitamente convencido que diante do inimigo, e no caso deste vencer, nem sequer os mortos estarao em segurança. E este inimigo nao tem cessado de vencer."

Benjamin, VI  Tese sobre a Filosofia da História 


sexta-feira, 20 de julho de 2012

do Québec mas podia ser de qualquer outro aqui

"Basically, what is happening in Québec is a sudden and widespread resistance to a global phenomenon, which is trying to apply the business model to every kind of human activity. Like a business, the university is supposed to become self-financing, whereas historically it was built up according to quite different rules. The conflict obviously took the particular and very localized form of a fight against the planned rise in university fees, which then spread to an opposition to the government’s handling of the crisis. But it is clear that at the core of the uprising is a subjectivity in revolt against the idea that business should be the paradigm for everything." 
Alain Badiou

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Capitalism is not a crisis, Capitalism is the crisis (2011)




porque hoje é dia de mobilizaçao. embora acredite mais numa greve indefinida e noutras formas de protesto social, que se distanciem das manifestaçoes de domingo, como provavelmente será a de hoje, de onde se volta para casa com a sensaçao de dever cumprido deixando tudo exactamente igual. 

Aqui

porque no youtube se aprende mais do que em algumas universidades # 2


del encuadramento del culo aka del enculamento

quando vi este anúncio em miúda  nao sabia o que eram tampoes, nem para que serviam. de facto, nem sequer sabia qual era o problema dela e porque é que estava tao nervosa. por alguma razao, talvez porque por este estado de tensao já quase todas as raparigas passaram, este anúncio ficou-me na cabeça. ao procura-lo descobri que é originalmente argentino - e depois de ter passado uma semana a ouvir o Žižek falar da relaçao argentina com o culo - o que de repente fez todo o sentido.

uma onda de calor

era mesmo o que faltava para ajudar à festa.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

coisas que nao passam na garganta #1

porque estamos a 18 de julho há que relembrar que a herança franquista continua intocável: que espanha tem um rei, e respectiva famíla, a receber do orçamento de estado 8,26 milhões de euros para os seus botoes e que, ainda por cima, sai de cena como magnânimo ao "baixar o seu próprio ordenado". incomoda-me principalmente que se continue a vender a ideia que a "democracia" espanhola lhe deve algo. 

porque no youtube se aprende mais do que em algumas universidades #1

a história dos judeus do leste europeu fascina-me. quando se começa a explorar o substracto politico de cidades como londres, chicago, nova iorque, etc no início do século XX, percebe-se que a maior parte dos nomes vêm do mesmo sitio e têm historias de vida paralelas. basta pensar na Emma Goldman, no Rudolf Rocker ou no Eric Hobsbawm. de alguma maneira tanto a própria Judith Butler (ou o Noam Chomsky mais directamente já que em criança foi "instruído" pelo Rocker) como os jewdas sao herdeiros desta gente. e  escrevo gente porque sao todos, de facto, judeus. 









Continua a ser a melhor coisa que o g+ produziu


terça-feira, 17 de julho de 2012

do como ir de um estado de plena paixao ao de ódio em 10 minutos




nao há nada mais ingrato, consumidor de tempo e aborrecido do que traduzir a própria prosa, especialmente quando, para ajudar à festa, o computador teima em produzir erros atrás de erros. um dos meus desejos secretos numa vida post-doc é, por esta ordem, mandar o computador que tenho à disposiçao da janela do gabinete ( nono andar que na realidade é um décimo-primeiro), de seguida pedir o livro de reclamaçoes do departamento e speak my mind e, last but not least, mandar umas quantas pessoas à merda. 

odeio o monstro da fruta



o único personagem abertamente bulímico da televisao infantil agora come fruta. enquanto saco as digestive com chocolate negro do meu private statch do gabinete em sua honra penso: ainda bem que já nasci há muito, muito tempo. é verdade que tive uma infância nutricionalmente nazi, com direito a cinco anos no infantário da diese - promotor de uma alimentaçao racional - e onde me davam coisas esquisitissímas de comer (leite que é leite nao deve saber a morango! já para nao me lembrar das pílulas de óleo de fígado de bacalhau, sobre as quais me diziam "humm, vais ver, sabem a morando e tudo!". mentira, tudo mentira). é verdade, também, que era a época dos malfadados E330, da proibiçao dos gelados de gelo ("gelado é se for de leite, um por semana e depois do almoço!", o que eu invejava nas noites quentes da ilha de tavira os miúdos a comer gelados ..). enfim, no meio desta paranóia toda, saí uma pessoa relativamente equilibrada a nível nutricional e, por isso, faz-me verdadeiramente confusao que os pais se demitam do seu papel e que seja a televisao a tomar as redeas de uma educaçao - aprender a comer - que se deveria fazer em casa  a maioria das crianças apanha os hábitos dos pais, e, quanto muito, na escola (o projecto do jamie oliver é um bom exemplo). o monstro das bolachas pode comer a fruta toda que lhe puserem a frente (e cuspi-la ao mesmo tempo) mas se o jantar em casa for lasanha congelada, nada muda. apenas é um programa que fica mais estúpido.

da info-exclusao

depois de quase um mês a viver no século XX aproxima-se finalmente o dia (será amanha? será depois? será, será?) em que voltarei ao século XXI: viva a internet no telefone, viva a internet dentro de quatro paredes, viva o project free tv, viva o pequeno almoço na cama a tomar contacto com o mundo, fora com os episódios requentados de séries que andavam perdidas no dico duro, fora com os cerca de 2000 emails que se aglomeram nas labels mentais "para ver depois" (leia-se quando procrastino de forma online), fora com as desculpas "nao posso fazer isso porque nao tenho internet em casa". Ahh, que bela voltará a ser a vida.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

"I'm a jazz man in the world of ideas"

                                                                         Examined life (2008)

"Takes tremendous discipline, takes tremendous courage to think for yourself, to examine yourself . The Socratic imperative of examining yourself recalls courage, as Yates used to say 'It takes more courage to examine the dark corners of your soul  than it does for a soldier to fight on the battlefield'." Cornel West

Aqui 

da futilidade

nao consigo decidir sobre o que gostaria mais: de ter uma túnica igual ou de estar numa sala cheia de baloes.

We'll eventually meet, Menorca. Do not worry!

porque as férias sao, neste momento, ainda uma miragem, ando viciada em best coast. de alguma maneira há de ser verao por aqui, caramba!

domingo, 15 de julho de 2012

"The beast is already inside the house"

Ando a alinhavar uns pensamentos sobre isto - a universidade hoje - mas entretanto vale sempre a pena ouvir a Wendy Brown, talvez das pessoas mais interessantes com quem tive o prazer de ter aulas e a razao porque ainda penso que nos Estados Unidos nem tudo é mau. 





3, 2, 1...

Oficialmente a escrever a tese . not so glamorous times, no sir!
Sendo que o objectivo nem é escrever dita cuja, mas dar algo ao meu orientador para que se entretenha. já nao suporto as conversas semanais que terminam invariavelmente com a pergunta: "Quando entregas a tese?". De facto, acho que só a semana passada foi-me feita a mesma pergunta pelo menos por umas 10 pessoas diferentes. Infelizmente nao há arbustos no campus, mas há headphones!


quinta-feira, 28 de junho de 2012

adenda

Valha-nos o novo mantra do empreendorismo, parece que se for dito muitas vezes dá um ar moderno e progressivo à coisa que é basicamente safar-se e foder os outros pelo caminho.


hasta los cojones

Há tanto tempo que nao abria esta porcaria que o interface do blogger até mudou de cara - e na minha modesta e reaça opiniao, para muito pior (foram pelo menos  uns bons 5 minutos perdida a olhar para o ecrán à procura do botaozinho "novo post"). Ora bem mas eu nao vinha aqui destilar veneno sobre o blogger, mas já que estamos nisso va'mbora!

Se nao estivesse ressacadissima (mae, ninguém te manda ler isto) e com o cérebro queimadíssimo à custa da tarefa mais ingrata que me tocou nos últimos tempos, esta prosa seria sem dúvida mais interessante ou talvez menos verrinosa. O mundo chateia-me. Na verdade nao me chateia, fode-me (outra vez, mae, ninguém te manda ler isto). A europa já deu o que tinha a dar e já nao estamos no século XVII quando podíamos meter-nos num barco e ir para um sítio vazio viver segundo as nossas ideias (e à lei da bala). Há demasiado tempo que penso que nao quero viver aqui, assim, desta maneira. Que me assalta o coraçao o mundo de merda e, ainda por cima, merda a cada vez mais a ponto de se tornar solidificada e mais mal-cheirosa. Este mundo onde ser pessoa nao vale nada, onde pensar se mede em publicaçoes, rankings e indices de impacto, onde cada vez que abro o jornal (coisa cada vez mais rara) todas as noticias me fodem e já nem sequer se trata de dizer "neoliberalismo e quê, sim e tal, lutar por um estado social". eu quero que o estado social se foda, porque na verdade eu quero é ir-me daqui para uma casa no campo e ser eu a ditar a minha lei.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Enganados