segunda-feira, 18 de julho de 2011

reflexao à hora a que eu já devia estar a jantar e continuo a fazer downloads de jornais fascistas-ó-monarquicos..

supunha-se que um doutoramento fosse um sem-fim de horas de pensamentos elevados, mas tem resultado apenas num sem-fim de trabalho em serie pouco ou nada especializado.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

uma das maravilhas dos anos 70 é a quantidade de manifestações e greves dos taxistas. nunca me tinha ocorrido que pudessem ser um colectivo na reivindicação dos seus direitos e não apenas na partilha dos seus defeitos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

das velhas tecnologias

o que o microfilme tem de poético têm-no de pouco prático e irritante. qual a probabilidade de eu o conseguir pôr sempre ao contrário?aparentemente dez em dez.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

da crise de meia-idade

este senhor anda nitidamente aborrecido.provavelmente ficava-nos mais barato uma colecta pública para um descapotável e uma subscriçao anual de um qualquer dating service, chiça.

domingo, 19 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011


já não suporto mais sentir-me o marky ramone. é hoje que o cabelo vai todo ao ar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

oração







ouvi isto uma vez há umas semanas e hoje acordei com a cantá-la. para contrastar com o dia de chuva que se avizinha e o dia de merda que se inicia - que inclui um teste para o qual ainda não estudei. acho que a boa onda vem mantrização da letra. repetir à exaustão: eis o segredo do bem-estar. nem eu acredito no que escrevi, mas enfim.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

In effect, Luther became the first best-selling author so known. Or, to put in another way, the first writer who could 'sell' his new books on the basis of his name.

Benedict Anderson, Imagined Communities



segunda-feira, 25 de abril de 2011

um bocado de "Um adeus português" famoso num dia em que a modos que estou a pensar na pátria

(...)
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
(...)

Alexandre O'Neill

diz-se nos cursos superiores de línguas e literaturas modernas que do O'Neill gosta quem não gosta de poesia.talvez seja verdade.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

1999

Quanto mais se vai falando de 25 de Abril, menos se vai falando do 25 de Novembro. E vai-se inulcando no espirito das pessoas a ideia de que este regime de inaugurou com o 25 de Abril. E tudo o que agora temos, bom e mau, é produto desse 25 de Abril. Haveria toda a vantagem em fazer uma distinção e dizer às pessoas que a democracia oficial está a apagar os "vestígios do crime". Não seria demasiado falar numa prostituição do 25 de Abril, na medida em que tudo aquilo que teve de criador, de democracia das massas trabalhadoras, hoje é apresentado como uma aberração, o anarco-populismo, o PREC, uma espécie de excerescência que apareceu mas que depois bateu em retirada.
Não, apareceu um regime com uma burguesia tornada extremamente vulnerável porque tinha aderido durante quase 50 anos ao regime fascista. Inicialmente, houve uma oposição, mas, durante bastantes anos, o grosso da burguesia aderiu, aceitou, colaborou com esse regime fascista. Forçosamente, ao chegar ao fim, viu-se em fortes dificuldades, e isso permitiu criar um regime com estas características novas. Aquilo que foi criado entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro não são aberrações, não é terror anarco-populista, não é nada dessas calúnias lançadas, mas criações que eu acho que têm futuro (embora hoje sejam difamadas), porque a situação que temos não é o fim da história. As ocupações, as comissões de trabalhadores, as comissões de soldados, a liberdade nos quartéis, a liberdade dos trabalhadores, as assembleias, vão ressurgir, porque os povos têm a sua memória histórica. Numa nova situação de crise deste sistema, esse tipo de realizações é um capital, vá lá, a palavra não é muito boa, mas é um capital adquirido que vai surgir novamente.

Francisco Martins Rodrigues, entrevista à História, nº13 Abril 1999

quinta-feira, 14 de abril de 2011

dos tranportes públicos

sou grande defensora da utilizaçao de transportes públicos (excepto o autocarro em cidades onde nao há um painel a informar sobre o tempo de espera), mas creio, no entanto, que os transportes públicos nao gostam muito que eu os utilize. bem, na verdade a minha questao é um pouco mais pessoal, o meu problema é mesmo com o metropolitano de lisboa, a quem eu já escrevi várias cartas de reclamaçao, mas que insiste ou em ignorar-me ou em responder-me a dizer que me falta a razao.
as minhas últimas asneiras em voz alta, proferidas diante duma máquina automática no dito cujo, ocorreram a semana passada numa curtíssima visita à capital desse desastre de país, também conhecido por ter as fronteiras establecidas mais antigas da europa (de que lhe vale isso, nao sei bem, mas é coisa em que se insiste com frequência). há uns anos, algum ladrao dessa empresa descobriu como roubar os utilizadores sem que eles dessem bem por isso e inventou uma porcaria - que merecia ser designada por uma palavra mais forte, mas que o decoro neste momento nao me permite - duns cartoes de papel supostamente recarregaveis. teve ainda a desplaçatez de cobrar 50 centimos por cada pedacinho deste papel e dar-lhes como prazo de validade um ano(!). como já tive ocasiao de fazer saber ao metropolitano, aquele pedaço de papel nao dura um ano, nem envolto em papel celofane e desta maneira lá me vao eles roubando impunemente. nesta última ocasiao digna dos meus palavroes roubaram-me quase 2 euros, pois os 3 cartoes que dispunha impecavelmente guardados na minha carteira (um dos quais havia usado na noite anterior) foram considerados pela máquina como caducados (?!). um com 66 centimos, outro 22 e outro 54. além de ter de comprar um bilhete de ida e volta, lá foram mais 50 centimos noutro pedaço de papel. num só dia e só a mim o metropolitano de lisboa fez-se a quase 2 euros.
ando a magicar formas de boicotar o pagamento no metro de Lisboa, pois já me roubaram o suficiente. se alguém tiver um método que queira partilhar, sou toda ouvidos.
por outro lado, a TMB baixou, ainda que temporariamente, os preços do título de transporte, algo inédito nestes 28 anos que levo de vida.

da resmunguice

como tenho uma catrefada de coisas inteligentes para escrever, com prazos a alternarem entre o para ontem e o para amanha, venho para aqui resmungar um bocadinho. este blog, que há tanto tempo está à procura de uma linha editorial, crê que passados quase 4 anos (ou passados mesmo, nao me apetece muito ir fazer contas)  encontrou finalmente a sua verdadeira  paixao: a resmunguice.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

da tendência para a peixeirada como sinal de diferenciação


Portugueses e espanhóis (oh heresia das heresias!) somos muito parecidos (heresia ainda maior), mas nas pequenas coisas temos um mundo inteiro entre nós. Começando pela desgraçada da comida, cuja a explicação que consigo encontrar é apenas a mais precoce e extensiva industrialização espanhola - pão miserável, sopas asquerosas e gordurosas, comida caseira e supermercados cheios de congelados e enlatados - passando pelo entusiasmo pela vida, que no estado espanhol (um ponto para o politicamente correcto, poing!) existe e acabando, por agora, na incapacidade de um espanhol se manifestar efusivamente sem cair na peixeirada.
Se há diferença substancial entre nós é esta: em Portugal a peixeirada (salvo algumas excepções) está confinada à praça ( até há aquele bem bonito dito "pensas que estás na praça ou quê?") e aqui está por todo o lado, não faz distinção de género, idade ou classe social (embora faça alguma diferença a geografia). Seja uma discussão ou a mais corriqueira das conversas há um estrilho de bradar aos céus e de deixar qualquer potuguês com a sensação "chiça, que terá passado!?".

sexta-feira, 1 de abril de 2011

selva urbana

à minha frente caiu um pombo, do nada, pum. três segundos depois uma gaivota a estraçalha-lo como se nao houvesse amanha. blach, asqueroso. tudo isto a dois metros da avinguda diagonal, essa grande artéria barcelonense. bem-vinda primavera.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Nao tenho respeito por ai além pela "Arte" portuguesa, mas o Ângelo de Sousa era uma excepçao *

                                                                                                     (1938-2011)

via público

* por isto por exemplo

terça-feira, 29 de março de 2011

1972

Two of us travelled to Italy to meet up with comrades from the Red Brigades. I travelled with someone else to France to speak with the members of an armed organization from Portugal who had asked to meet us, because they needed some help in falsifying documents. We spoke French with one another, which I could speak quite well. Nevertheless, it was difficult to understand one another, because the French that two comrades from Portugal spoke sounded pretty Portuguese and their way of expressing themselves was also strange to us. Their language consisted of a mixture of Maoist-Marxist vocabulary that we didn't use in that way. And we knew even less about what they told us: they mainly organized themselves within the Portuguese colonial army. Both comrades had already taken part in war in Africa, although they were still young, about the same age as we were, only just over twenty. They said that that was where the force to overthrow the Portuguese Salazar regime came from. They were working together with African liberation movements in Angola, Mozambique and Guinea Bissau. "We mainly carry out acts of sabotage. Many of the comrades from our organization have been tortured and killed. But the fight isn't going to last much longer, the fascist colonial regime is about to fall." Carrying out political work within an army was something we couldn't even begin to imagine. Armies were always part of the other side. US soldiers had found help among the German left to desert during the Vietnam war, but what we now heard from these Portuguese sounded alien to us.
We had met on the street and then went to a park for a walk. The two of them nervously watched the area around us at all times. I handed over the documents on forgery after I had explained the basic of our methods. Translating everything wasn't a problem; they said they had already organized that. "Do you need weapons?" they asked. One of their most important tasks, they told us, was to provide the African liberation movements with weapons they stole from the Portuguese army stocks. They could get something for us if we wanted.
We arranged to meet again some weeks later, but nothing came of this meeting.

Margrit Shiller, Remembering the armed stuggle, Life in Baader-Meinhof


quinta-feira, 10 de março de 2011

da parvoice

ando a ler uma tese cujo o autor, a torto e a direito, cita um tipo chamado Borrat e a criança de 12 anos que há dentro de mim insiste em ler "Borat" e em esboçar um sorriso.

quarta-feira, 9 de março de 2011

dos supermercados de livros

se há coisa que odeio é entrar numa livraria enorme (supostamente recheada de tudo quanto eu possa imaginar), perguntar por um par de títulos e responderem-me, como se eu fosse de outro planeta, " esse livro já é de 2001, impossível..".

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

80's




Não me lembrava que este video era tão bom, ou já o tinha deixado por aqui.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

depois de alguns pruridos e muito debate interno, adicionei a minha mae no facebook

da comunicaçao

funcionamos, a nivel comunicativo, como os caes do pavlov: um estímulo negativo e tornamo-nos apreensivos.

uhrey!

tirando 3000 fotos por etiquetar e passar pelo photoshop tenho o trabalho quase todo al día. e se nao o escrever aqui, de que outra forma posso apreciar este momento, hum?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ai que prazer não cumprir um dever

o cúmulo da minha preguiça é ter acordado às oito da manhã, despachado os meus afazeres, feito o almoço, apanhado o comboio para o subúrbio, e chegar à hemeroteca, não terem trazido do depósito os voulmes que pedi na segunda feira,e eu estar aqui cheia de esperanças que me digam que para hoje já não dá. o atraso que isto me vai provocar no trabalho não é nada comparado com a ideia de ter a tarde meia de folga. nem sequer consigo fingir irritação.


ADENDA: hoje, e só hoje, odeio pessoas prestáveis.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

as minhas únicas palavras sobre o assunto: com as devidas diferenças o carlos castro é o nosso pasolini.
é precisamente no momento em que mais tenho de escrever, que sinto a cabeça mais vazia. nesses (neste!) momentos parece que nao há cá nada de pensamento original ou mesmo articulado; e chega entao, devagarinho, a tramposa* sensaçao de fraude.


* há palavras que têm um significado, muito especial e perfeito para determinadas ocasioes, impossivel de traduzir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011






até acho a julienne moore bastante desenxabida e irritante, mas esta foto está bem rock n' roll. dá-me vontade de ser ruiva.

das necessidades absurdas

é ainda meio dia e começo a perceber a falta que me faz um personal assistant.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

mar mortinho

                                                                                                                                                   janeiro 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

do ioga



posição de montanha. posição da estabilidade. a cabeça assenta no coração, e o coração na pélvis. pronto,  é só estar de pé, mas é estar de pé com sabedoria. e este blogue está um niquinho de virar newage.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ser de segunda

hoje descobri que há no oitavo andar uma salinha do "pessoal do departamento de comunicação" com máquina de café gourmet - leia-se nespresso - ao mesmo preço que o café ranhoso da máquina dos alunos; frigorífico e jornais do dia. chama-se despudoradamente Club. obviamente o meu cartão de doutoranda de segunda não me permite entrar lá sozinha. senti-me tal e qual como no primeiro dia em que vim a esta universidade -ainda no edifício da turística Rambla - e esperando pelo elevador uma senhora professora me disse: "os elevadores não são para os alunos, mas desta vez, se quiseres podes subir comigo". e não há nenhum livro de reclamação onde eu lhes possa chamar nomes.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

relógio d'água

gosto da editora. gosto do catálogo. gosto do preço dos livros (quando comparado com a chulice que é a Assírio & Alvim). mas odeio o facto de serem livros que, ou se lêem com pinças ou se esfrangalham todos..

1970's


the make up, born on the floor

(...)
I was born in 1979.
I was just a look in my daddy's eye.
I put it into my mama's mind
to push me through her thighs.

I was enraged

with the black ops sent by the CIA.
I was packing things for Angola;
she said "No, you're just an embryo!"

When I came into this world,

I wanted to be premature.
I said "Mama, I gotta come out soon!"
I kicked against the womb.

(...)

dado o conteúdo do meu trabalho de hoje, esta música não me sai da cabeça. dada a coincidência de ser este o livro que ando a ler nas viagens de comboio barcelona-universitat autonoma e ter encontrado há cinco minutos, no meio da disputa EUA-URSS/Cuba pelo dominio de Angola, o obituário da autora, vale a pena partilhar um bocadinho de 1963:

O medo da revolução tem sido o oculto leitmotiv da política estrangeira americana do pós-guerra nas suas desesperadas tentativas para a estabilização do status quo, com o resultado de que se usou e abusou do poder e prestígio americanos para apoiar regimes políticos obsoletos e corruptos que desde há muito se tinham tornado objecto de ódio e desprezo entre os próprios cidadãos. (...)

Hannah Arendt, sobre a revolução, pág 267



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ser estudante profissional é bom e recomenda-se

                                                                            Hemeroteca da Universitat Autonoma de Barcelona

de certeza que tornarão as épocas de desespero, mas neste momento:
I'm totally on the motherf*ck*r

sábado, 22 de janeiro de 2011

update


1. estou a ponto de me apaixonar pelo meu futuro melhor amigo.

2. cancelar a subscriçao de feeds no google reader faz bem à alma.

ps: adoro este espirito de procrastinaçao que deixa o meu computador muito limpinho

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

estado da arte

depois de uma semana de lamúrias tenho tanto trabalho que nem sei por onde começar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

home sweet home

ui, tanta coisa para escrever. aguardai um momento enquanto ponho as ideias em ordem.

Enganados